Arquivo mensais:dezembro 2015

Instituto de Reabilitação Lucy Montoro

A Rede de Reabilitação Lucy Montoro foi criada pelo Decreto 51973/08, regulamentada pelo Decreto 33739/10 e alterada pelo Decreto 58050/12, pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio das Secretarias de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência e da Saúde, em parceria com renomadas instituições de assistência, ensino e pesquisa. O objetivo principal é propiciar melhoria na qualidade de vida, participação na sociedade e capacitar plenamente a pessoa com deficiência para o exercício de seus direitos.

O atendimento é realizado por equipe multiprofissional de especialistas em reabilitação, composta por:

# Médicos Fisiatras, Psicólogos, Enfermeiros, Assistentes Sociais, Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Educadores Físicos, Nutricionistas, Fonoaudiólogos, Odontólogos, Médicos consultores nas áreas de Cardiologia, Urologia, Reumatologia e Ortopedia.

O que é Lesão Medular?

Introdução

A lesão medular traumática ocorre quando um evento traumático, como o associado a acidentes automobilísticos ou motociclísticos, mergulho, agressão com arma de fogo ou queda resulta em lesão das estruturas medulares interrompendo a passagem de estímulos nervosos através da medula. A lesão pode ser completa ou incompleta.

A lesão é completa quando não existe movimento voluntário abaixo do nível da lesão e é incompleta quando há algum movimento voluntário ou sensação abaixo do nível da lesão.

A medula pode também ser lesada por doenças (causas não traumáticas), como por exemplo, hemorragias, tumores e infecções por vírus.

Manifestações Clínicas.

Nas lesões medulares completas há paralisia, perda de todas as modalidades sensitivas (tátil, dolorosa, para temperatura, pressão e localização de partes do corpo no espaço) abaixo da lesão e alteração do controle esfincteriano (urinário e fecal).

As lesões cervicais altas determinam tetraplegia (paralisia dos quatro membros). Na tetraplegia, a insuficiência respiratória é freqüente, devido ao comprometimento do nervo que comanda a contração do diafragma (nervo frênico).

Nas lesões cervicais baixas, observa-se paralisia dos membros inferiores e das mãos. Nas torácicas, a paralisia é de membros inferiores.

Na fase aguda da lesão, encontra-se flacidez dos membros paralisados, abolição dos reflexos tendinosos (teste do martelinho no joelho) e retenção urinária. Esta fase é chamada de choque medular e pode se estender por vários meses. Com o passar do tempo, pode haver recuperação dos movimentos e observa-se aumento dos reflexos tendinosos e do tônus muscular. Muitas vezes, observa-se também a presença de espasmos musculares. A retenção urinária é substituída por urgência para urinar ou incontinência urinária. O nível sensitivo, ou seja, o local até onde se encontra a alteração da sensibilidade, também orienta o diagnóstico topográfico da lesão. Alteração sensitiva até a cicatriz umbilical, por exemplo, indica lesão medular na altura de T10

As lesões medulares incompletas são classificadas como: síndrome medular anterior, síndrome medular posterior, síndrome central, síndrome hemimedular e síndrome radicular (inclui a síndrome da cauda eqüina).

Nas síndromes medulares anteriores, há comprometimento dos dois terços anteriores da medula, que se manifesta por déficit motor e sensitivo abaixo do nível da lesão, sendo que a sensibilidade profunda (vibratória e noção da posição de partes do corpo no espaço) está preservada. Essa síndrome sugere uma compressão anterior da medula como a associada a hérnias de disco traumáticas ou a lesões isquêmicas secundárias.

As síndromes medulares posteriores caracterizam-se por comprometimento do cordão posterior com prejuízo da noção da posição de partes do corpo no espaço. Existe distúrbio da marcha (base alargada com levantar excessivo das pernas para em seguida projetá-las sobre o solo tocando o calcanhar no chão) e nas lesões cervicais, da destreza em membros superiores com incoordenação que se acentua com a privação da visão durante os movimentos.

As síndromes centro medulares de origem traumática são mais freqüentes em pacientes que já apresentavam canal cervical estreito, como o associado a processo degenerativo de articulações intervertebrais (espondiloartrose), e que sofrem lesão relacionada com hiperextensão cervical. Existe comprometimento mais importante da substância cinzenta cervical, que leva a fraqueza e atrofia em membros superiores, com menor envolvimento motor de membros inferiores (esses pacientes, em geral, não podem andar) e sem alteração sensitiva importante.

As lesões hemimedulares, conhecidas como síndrome de Brown-Séquard, são raramente associadas a lesões traumáticas. Caracterizam-se por paralisia e alteração da noção da posição de um lado do corpo no espaço (lado da lesão) e perda da sensibilidade para dor e temperatura do lado contrário à lesão.

Alguns pacientes apresentam apenas lesão de raiz associada ao trauma, ao nível da fratura espinhal. Isso ocorre com mais freqüência na região cervical e se manifesta por dor no trajeto da raiz, fraqueza e atrofia nos músculos inervados por essa raiz.

Quando o trauma ocorre abaixo de L1, apenas as raízes da cauda eqüina são comprometidas. Observa-se fraqueza e atrofia assimétrica em membros inferiores (predomínio da fraqueza distal, afetando principalmente os músculos que fazem a flexão e a extensão do pé e dos dedos), com diminuição persistente do tônus muscular e dos reflexos tendinosos dos membros inferiores. Pode haver retenção urinária.

Principais Causas de Lesão Medular Traumática

Estudos epidemiológicos realizados nos Estados Unidos apontam, como principal causa de lesão medular traumática, os acidentes automobilísticos, responsáveis por cerca de 44 por cento dos casos, seguidos por agressão (24 por cento), quedas (22 por cento), lesões associadas a atividades esportivas (8 por cento) e outras causas (2 por cento).

No ano 2000, na rede SARAH, 57,5 por cento dos pacientes que sofreram lesão medular evoluíram com seqüela de traumatismo medular. Em 31 por cento, a causa foi acidente de trânsito, em 30 por cento agressão com arma de fogo, em 21 por cento quedas e, em 6, 5 por cento, mergulho.

Prevenção.

A Rede SARAH tem um Centro de Pesquisas (CEPES) que desenvolve estudos visando gerar conhecimentos que contribuam para a prevenção das principais patologias atendidas no SARAH. Pesquisas de interesse para a prevenção do neurotrauma já foram realizadas. Educação no trânsito, medidas contra a violência e orientações quanto aos riscos das quedas e mergulho em águas rasas são os principais meios de prevenção da lesão medular traumática.

Mecanismos das Lesões Medulares Traumáticas e Tratamentos Disponíveis.

Em um trauma medular, a lesão pode estar relacionada com fratura com laceração da medula subjacente, fratura ou luxação com compressão medular aguda, ou contusão medular sem lesão óssea ou ligamentar. A abordagem da lesão consiste em evitar seu agravamento com adoção de cuidados adequados de imobilização na remoção e transporte do paciente. Consiste também na identificação e correção de compressões medulares, o que pode exigir tratamento cirúrgico para retirada de herniações discais e estabilização da coluna.

Métodos para restaurar a função medular ainda não são disponíveis. Estudos com células tronco e células progenitoras e sua potencial aplicação no tratamento da lesão medular estão em andamento.

Prognóstico.

A incapacidade na lesão medular varia de acordo com o grau da lesão, do segmento medular e das vias nervosas e neurônios da medula envolvidos. A maioria dos pacientes apresenta melhora que se inicia a partir da primeira semana e vai até o 6º mês do trauma. A possibilidade de melhora espontânea diminui após o 6º mês. Estratégias de reabilitação instituídas precocemente podem minimizar a incapacidade a longo prazo.

As orientações da terapia funcional são fundamentais para evitar ou minimizar deformidades articulares, osteopenia (diminuição da trama óssea) com fraturas secundárias e trombose venosa profunda. A fisioterapia respiratória facilita a eliminação de secreções e reduz a incidência de infecções e outras complicações pulmonares. Os cuidados com a pele evitam o desenvolvimento de úlceras por pressão. Cuidados adequados com as vias urinárias (uma das principais causas de óbito em pacientes com lesão medular no passado) e com o intestino evitam complicações graves. Todas estas medidas podem reduzir a morbidade e a mortalidade, além de melhorar a qualidade de vida do paciente.

No dia 13 de janeiro de 2015, o IMREA (unidades da Rede Lucy Montoro na capital) completou 40 anos de existência. E a celebração desse aniversário aconteceu em grande estilo no dia 4 de novembro no Auditório do Ibirapuera.

evento 40 anos menor

Os colaboradores com 40 e 30 anos foram chamados ao palco para receber uma homenagem especial em agradecimento aos anos de dedicação à Instituição. A colaboradora com mais tempo de casa, Dra. Arlete Salimene fez um agradecimento em nome de todos os homenageados. “A história do IMREA dignifica o Sistema de Saúde no Brasil. Muitas foram as conquistas, e a trajetória, por vezes árdua, pautada em momentos de luta, mas que foi também geradora de muita gratificação e prazer, permitindo que alcançássemos a excelência e o reconhecimento internacional na área da reabilitação de pessoas com deficiência”, completou a Diretoria do Serviço Social.

No evento também foram anunciados os vencedores do Concurso “Eu Sou + IMREA”, que elegeu o colaborador ou a colaboradora mais Inovador, Motivador, Responsável, Eficiente e Acolhedor de cada unidade. Alan Silva, do IMREA Vila Mariana, recebeu o maior número de votos e foi eleito o colaborador + IMREA. “Fiquei muito feliz pelo reconhecimento. Não esperava receber tantos votos. Agradeço a todos que votaram pelo carinho, consideração, elogios, e por acreditarem em mim”, comemorou o colaborador da Coordenação de Horários. Os vencedores do concurso foram contemplados com um certificado e kits produzidos pelas oficinas de Marchetaria e Cartonagem do IMREA Lapa.

Antes do início da atração musical, foram chamados ao palco para um pronunciamento a Dra. Regina Helena Morganti Fornari Chueire, Presidente da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR); o Prof. Dr. José Otávio Costa Auler Júnior, Diretor da Faculdade de Medicina da USP; a Dra. Margarida Miyazaki, Diretora Executiva do IMREA; e a Profa. Dra. Linamara Battistella, Presidente do Conselho Diretor do IMREA.

Para encerrar a cerimônia, os convidados assistiram a uma apresentação da Orquestra Jazz Sinfônica, com 82 músicos sob a regência do maestro Fábio Prado. Em seguida, todos desfrutaram de um coquetel no foyer do Auditório do Ibirapuera. Na ocasião também foi exibido o video Jornadas de Superação, que narra o poder da reabilitação e o trabalho dos profissionais da Instituição na vida de pessoas com deficiência.

O evento comemorativo contou com o patrocínio das empresas Allergan, Ipsen, Merz Brasil, Carci. Apoio Cultural do Itaú Cultural, Auditório Ibirapuera Oscar Niemeyer, Instituto Pensarte, Jazz Sinfônica e Secretaria de Cultura de São Paulo. Apoio da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Ambev e Tomharatur.

by Russ Erickson, MD

Acupuncture therapy for stroke-caused conditions such as paralysis, speech and swallowing problems, and depression is commonly used in the Orient. In China and Japan, an acupuncturist is likely to start therapy as soon as possible after a stroke. However, my recommendation is a delay of 2 weeks before acupuncture for strokes caused by bleeding in the brain, 10 to 20% of strokes (instead of the usual blood vessel block or clot). The wait is due to studies showing that acupuncture opens blood vessels for better flow and decreases clotting and inflammation. These effects are desired early when arteries are blocked, but after a stroke caused by bleeding has occurred, it is safer to wait until the bleeding blood vessel has clotted and is unlikely to bleed further before providing the acupuncture.

Acupuncture is done on a daily basis in China. Uncertain as to whether daily acupuncture is essential, even in Western countries, some acupuncturists with experience in treating stroke with acupuncture believe treatment 3 times a week is optimal. Several different approaches have been used to treat stroke, demonstrating that acupuncture for this disorder remains a healthcare art: Traditional Chinese Yang meridian point therapy, Chinese scalp acupuncture,

Dr. Yamamoto’s YNSA Japanese scalp therapy, Korean Koryo Chim hand acupuncture, supplemental ear (auricular) acupuncture, and Xingnao KaiQiao (a newer therapy by Professor Shi Xuemin) are each advocated by a number of treatment centers in Oriental countries. One need not know in depth the approach of each, but it is important to know that more than one approach is available and used.

Does acupuncture really work to help stroke victims improve? Many studies involving thousands of patients have been published in China and Japan, and 2 of 3 studies from Scandinavia, demonstrated significant help. These studies indicate that patients get well faster, perform better in self-care, require less nursing and rehabilitation therapy, and use less healthcare dollars. However, since most studies come from China, they get little credence from the Western medical community because researchers in China do not appear to be published unless their results are highly positive, so publication bias is possible. And, no money has been made available in the United States for studies needed to confirm the claims of experts in China and Japan of indeed helping stroke patients. Such studies, if done well, demand significant funding; sources of such money are difficult to find. Most physicians, including rehabilitation experts, have appeared unwilling to consider acupuncture therapy, not due to bias but because the published studies do not necessarily meet research study criteria for the United States.

Acupuncture is a safe therapy, and my experience has taught that this is especially true when helping stroke victims. Even discomfort is generally minimal. If one compares the possible positive help to be obtained with the risks associated with acupuncture, my contention is that acupuncture is worthy to attempt for stroke therapy. Studies are needed in the United States to prove this to medical skeptics. It will be important for such studies to involve skilled acupuncturists with experience in stroke therapy.

Adding acupuncture to rehabilitation therapy obviously increases the cost; daily-to-3 times-weekly treatment is needed for 2-4 weeks or longer. Concern for added cost would perhaps disappear if the end result demonstrates more self-care and less dependence on family and health providers.

Estudo identifica falha em gene que desencadeia a doença de Paget

Cientistas da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, identificaram uma falha no gene OPTN que pode desencadear os problemas ósseos que afetam as pessoas com doença de Paget, distúrbio que pode causar artrite, ostalgia e deformidades ósseas.

 

Publicado na revista Cell Reports, esse foi o primeiro estudo a identificar que o gene regula a atividade de células especializadas que mantêm saudáveis os ossos ao degradar o tecido ósseo antigo e substitui-lo. Na doença de Paget, há um aumento no número e na atividade dessas células que removem o osso (osteoclastos), levando à formação de osso anormal e ao avanço da doença.

 

No estudo, os cientistas demonstraram que o gene OPTN regula a manutenção óssea ao desacelerar a formação de osteoclastos para manter equilibrado o processo de osteólise e osteogênese. Além disso, as variações genéticas que aumentam o risco da doença de Paget fazem isso diminuindo a quantidade de OPTN que produz as células. Consequentemente, isso induz a um incremento do número de osteoclastos, desencadeando a hiperatividade do processo de reparação normal e ocasiona deformação e crescimentos dos ossos.

 

Os cientistas também descobriram que, frequentemente, o gene OPTN está menos ativo em pessoas com mais suscetibilidade à doença de Paget, que afeta cerca de um milhão de pessoas apenas no Reino Unido. A partir desse estudo, os mecanismos da doença foram melhor compreendidos e uma nova via molecular foi identificada, que pode vir a ser alvo para um novo tratamento desse distúrbio doloroso.

 

Fonte: Medical News Today